O IBGE acaba de abrir as portas para milhares de brasileiros que buscam uma oportunidade estável, mesmo que temporária. Em 2025, o instituto publicou o edital do Processo Seletivo Simplificado (PSS) IBGE 2025, oferecendo 9.590 vagas temporárias de nível médio — um dos maiores chamamentos de profissionais para a coleta de dados estatísticos em toda a história recente do órgão. As oportunidades são divididas entre Agente de Pesquisas e Mapeamento (APM) (8.480 vagas) e Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ) (1.110 vagas), com inscrições abertas entre 19 de novembro e 11 de dezembro de 2025 exclusivamente pelo site da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Concursos. A prova única, objetiva, está marcada para 22 de fevereiro de 2026, em 530 municípios brasileiros — uma operação logística imensa que vai tocar o pulso do país.
Salários e benefícios que superam a média regional
O salário inicial para o cargo de Agente de Pesquisas e Mapeamento é de R$ 2.676,24, já com auxílio alimentação incluso. Para os Supervisores, a remuneração sobe para R$ 3.379,00 — e, com os benefícios, ultrapassa os R$ 4 mil mensais. Isso não é pouca coisa, especialmente em regiões onde o salário mínimo ainda é referência. O IBGE não está oferecendo só um emprego: está oferecendo uma renda digna, com direito a vale-refeição, auxílio transporte e cobertura de deslocamento em áreas de difícil acesso. E, mesmo sendo temporário, o contrato pode ser prorrogado por até um ano, com possibilidade de renovação conforme necessidade do órgão — algo raro em concursos públicos de nível médio.
Quem pode se inscrever? Requisitos rigorosos, mas acessíveis
Para o cargo de Agente, basta ter o ensino médio completo, ser brasileiro ou português com estatuto de igualdade, ter 18 anos completos até a contratação e estar em dia com as obrigações eleitorais. Homens brasileiros precisam estar com a reservas militares em ordem. Já para o Supervisor, além desses requisitos, é obrigatório ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) — definitiva ou provisória — na categoria B. Sim, você precisa saber dirigir. Por quê? Porque o trabalho não é de escritório. É de campo. Você vai percorrer bairros, vilas, zonas rurais, entregar questionários, verificar coordenadas geográficas, validar dados com moradores e transmitir tudo por tablets ou smartphones. É um trabalho que exige mobilidade, responsabilidade e capacidade de lidar com pessoas.
Essa exigência de CNH não é apenas burocrática. É prática. Em muitos municípios do Norte e Nordeste, os agentes precisam percorrer estradas de terra, ilhas, comunidades isoladas. Sem carro, não se faz coleta. Sem supervisão, não se garante qualidade. E o IBGE não pode errar — os dados que esses profissionais coletam alimentam o PIB, o Índice de Desenvolvimento Humano, o Censo e até os programas sociais do governo.
Prova única, mas com alta concorrência
A única etapa do processo será uma prova objetiva de três horas, aplicada em dois turnos: das 8h às 11h para APM e das 14h às 17h para SCQ. Não há prova de títulos, nem redação, nem entrevista. Apenas uma prova. Isso torna o processo mais justo — mas também mais competitivo. Segundo estimativas do Aprova Concursos, cerca de 146.531 candidatos devem se inscrever para Agente e 89.071 para Supervisor. Isso significa uma média de 24,6 candidatos por vaga — e mais de 30 em estados como São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O número total estimado de inscritos chega a 235.602. É um mar de gente atrás de menos de 10 mil vagas.
Como será o trabalho? O que você vai fazer na prática
Se você for aprovado, não vai sentar em uma sala. Vai sair de casa. Vai bater em portas. Vai conversar com pessoas que nunca foram consultadas por um órgão federal. Vai registrar dados sobre moradia, renda, educação, saúde, acesso a água e esgoto. Vai usar equipamentos fornecidos pelo IBGE — tablets, GPS, aplicativos de coleta — e transmitir tudo em tempo real. É um trabalho que exige ética, precisão e empatia. Você não é um funcionário burocrático. Você é a ponte entre o governo e a realidade do brasileiro.
Os Supervisores, por sua vez, vão gerenciar equipes de agentes, fiscalizar a qualidade dos dados, resolver problemas logísticos e garantir que os padrões do IBGE sejam cumpridos. É um cargo de liderança, mesmo sem ser de nível superior. E é um trampolim: muitos ex-agentes e supervisores acabam sendo efetivados em cargos permanentes ou seguem carreiras em estatística, geoprocessamento ou administração pública.
O que vem depois da prova?
O resultado final está previsto para ser divulgado nos meses seguintes à aplicação da prova, mas o cronograma oficial ainda não detalha prazos exatos. O edital diz apenas que os aprovados serão convocados conforme a necessidade do IBGE e a disponibilidade de orçamento. É importante lembrar: esse é um processo seletivo simplificado — não é concurso público tradicional. Ou seja, não há cadastro de reserva automático. Se você for aprovado, será nomeado, mas o contrato pode não ser imediato. E se não for convocado este ano? Aí, a chance de ser chamado em 2026 é incerta.
Por que isso importa para o Brasil?
Porque o IBGE não é só um órgão. É o espelho do país. Sem os dados que esses agentes coletam, o governo não sabe onde investir em saúde, educação ou infraestrutura. Sem eles, não se sabe quantas crianças estão fora da escola, quantos idosos vivem sozinhos, quantas famílias têm acesso à internet. Essas vagas não são só oportunidades de trabalho. São parte da democracia. Cada formulário preenchido é um voto da população — não nas urnas, mas na construção da realidade nacional.
Se você tem ensino médio, tem CNH e quer fazer a diferença, essa é uma das poucas chances reais de entrar no serviço público sem concurso tradicional. Não é fácil. Mas é importante. E, talvez, a mais justa que já existiu.
Frequently Asked Questions
O que é necessário para se inscrever como Agente de Pesquisas e Mapeamento?
É preciso ter ensino médio completo, ser brasileiro ou português com estatuto de igualdade, ter 18 anos completos até a contratação, estar em dia com as obrigações eleitorais e, se for homem brasileiro, com as obrigações militares. Não é exigida CNH para esse cargo, mas sim a capacidade de se deslocar até os locais de coleta, geralmente por transporte público ou carona.
A CNH é obrigatória para o Supervisor de Coleta e Qualidade? Por quê?
Sim, é obrigatória. O Supervisor precisa gerenciar equipes em áreas remotas, onde o transporte público é escasso ou inexistente. A CNH categoria B (ou superior) garante que ele possa se deslocar com autonomia, fiscalizar a coleta de dados e resolver imprevistos logísticos. Sem carro, não é possível cumprir a função com eficiência.
A prova será aplicada em todos os estados? E em quais cidades?
A prova será aplicada em 530 municípios brasileiros onde há demanda de vagas, conforme o Estudo Técnico Preliminar do IBGE. Isso inclui grandes centros como São Paulo e Rio, mas também cidades pequenas no interior do Maranhão, Pará e Piauí. Os locais exatos serão divulgados no edital de convocação, após o fechamento das inscrições.
O contrato é efetivo ou temporário? Pode virar permanente?
O contrato é temporário, com duração inicial de até 12 meses, podendo ser prorrogado conforme necessidade e disponibilidade orçamentária. Não há previsão de efetivação direta, mas muitos aprovados são chamados posteriormente em concursos públicos internos do IBGE. É uma porta de entrada valiosa para carreiras estatísticas.
O conteúdo da prova será divulgado? O que devo estudar?
O edital não detalha o conteúdo programático, mas confirma que os conhecimentos exigidos são compatíveis com o nível médio. Recomenda-se estudar Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Noções de Estatística, Ética e Legislação de Serviço Público. Provas anteriores do IBGE, como as de 2023, são ótimos guias — o estilo e o nível de dificuldade costumam se manter.
Existe alguma forma de se preparar gratuitamente para essa prova?
Sim. O IBGE disponibiliza materiais de apoio em seu site institucional, e plataformas como o YouTube têm canais com resumos de provas anteriores. A FGV também publica simulados gratuitos no site da FGV Concursos. Estudar com provas anteriores de concursos públicos de nível médio — especialmente os do IBGE — é a melhor estratégia. Não é preciso gastar com cursinhos caros.