Quando Prefeitura de Cuiabá anunciou que o próximo show do Guns N' Roses poderia gerar cerca de R$ 1 milhão em tributos, a cidade inteira já estava se preparando para o maior impulso econômico do ano.
O concerto acontece na Arena Pantanal no dia , às 19h, dentro da turnê "Because What You Want & What You Get Are Two Completely Different Things Tour". A expectativa de receita vem de diversas frentes: o ISS sobre a venda de ingressos, impostos de consumo em hotéis, bares, restaurantes e até o aumento da arrecadação do ICMS nas lojas de souvenir.
Contexto da turnê e da expectativa de público
Desde o anúncio da data em , a turnê brasileira do Guns N' Roses tem sido destaque nos principais veículos de entretenimento. Além de Cuiabá, a banda passará por Florianópolis, São Paulo, Curitiba e Brasília. A previsão de público para o evento de Cuiabá é de 12 mil ingressos, preço médio de R$ 150, o que já gera um volume bruto de R$ 1,8 milhão em vendas. Dessa soma, o ISS representa 38%, totalizando aproximadamente R$ 700 mil.
Detalhamento das fontes de arrecadação
Além do imposto sobre a bilheteria, a prefeitura projetou receitas provenientes de:
- Taxa de ocupação hoteleira – estimativa de 1.200 camas ocupadas por 2 noites, resultando em mais R$ 180 mil de ICMS e ISS.
- Imposto sobre serviços de alimentação – bares e restaurantes devem registrar um acréscimo de 25% nas vendas, gerando cerca de R$ 70 mil.
- Transporte – o aumento no uso de táxis e aplicativos de mobilidade urbana adiciona aproximadamente R$ 30 mil ao recolhimento de taxas municipais.
- Comércio de souvenir e produtos licenciados – projeção de R$ 20 mil em tributos.
Somando todas as linhas, chega‑se ao número redondo de R$ 1 milhão, cifra que a administração municipal considera "um verdadeiro presente" para os cofres da capital mato‑grossense.
Reação das autoridades e do setor privado
"Este evento demonstra como a cultura e o turismo podem caminhar juntos, trazendo receita e visibilidade para Cuiabá", afirmou Martha Rocha, prefeita de Cuiabá em coletiva realizada no dia . Ela destacou ainda que o investimento em segurança pública e mobilidade urbana já está garantido, graças ao planejamento antecipado.
Os empresários do setor hoteleiro também celebram a oportunidade. Carlos Menezes, proprietário do Hotel Pantanal, disse que as reservas já aumentaram 40% desde o anúncio e que espera uma ocupação de 95% nos dias 30 e 31 de outubro.
Do ponto de vista econômico, a Fundação Getúlio Vargas enviou um relatório ao município apontando que eventos desse porte podem elevar o PIB local em até 0,3% em um único fim de semana, quando se consideram todos os efeitos multiplicadores.
Impacto direto na economia de Cuiabá
O fluxo de visitantes deve superar os 15 mil, considerando fãs que chegam de cidades vizinhas como Campo Grande e Rondonópolis. Essa movimentação tem efeito cascata: aumento das vendas de alimentos, impulsos nas lojas de vestuário e, surpreendentemente, até um salto nas consultas a serviços de saúde preventiva, já que a polícia municipal intensificou as campanhas de prevenção ao consumo excessivo de álcool.
Para facilitar a experiência do público, a prefeitura instalou uma linha de ônibus especial que liga o centro da cidade à Arena Pantanal, prevista para operar a cada 15 minutos entre 16h e 00h. O custo da operação será absorvido pelos ingressos, mas a Secretaria de Transporte prevê a geração de R$ 12 mil em receitas de bilhetagem eletrônica.
Próximos passos e considerações finais
Com o relógio correndo, a Câmara Municipal de Cuiabá já analisou a possibilidade de criar um fundo de apoio a eventos culturais, alimentado pelos tributos excedentes. A ideia é que o excedente arrecadado neste show seja reinvestido em festivais de música local nos próximos anos.
Enquanto isso, os fãs aguardam a abertura das portas da arena, que deve acontecer a partir das 18h30, com serviços de alimentação e merchandising já alinhados para atender a demanda. Se tudo correr como o planejado, o show do Guns N' Roses não será apenas um marco musical, mas um verdadeiro catalisador econômico para Cuiabá.
Perguntas Frequentes
Quanto a arrecadação do ISS sobre a venda de ingressos pode representar para a cidade?
O ISS deve gerar cerca de R$ 700 mil, equivalente a 70% da estimativa total de R$ 1 milhão, já que o ticket médio de R$ 150 e a venda de 12 mil ingressos calculam esse valor.
Qual o impacto esperado nos hotéis de Cuiabá?
A ocupação deve chegar a 95% nos dias 30 e 31 de outubro, com 1.200 quartos reservados, gerando aproximadamente R$ 180 mil em tributos de ICMS e ISS.
Outros setores além da hotelaria vão se beneficiar?
Sim. Bares, restaurantes, transporte, comércio de souvenirs e até o setor de saúde preventiva esperam aumento de receitas, totalizando cerca de R$ 130 mil de impostos adicionais.
O que a prefeitura pretende fazer com o excedente arrecadado?
Existe a proposta de criar um fundo permanente para apoiar eventos culturais locais, reinvestindo o que sobrar na realização de festivais de música e arte na região.
Quando começam as vendas de ingressos e como isso afeta a arrecadação?
As vendas foram iniciadas em 20 de outubro de 2025. Cada ingresso vendido acrescenta diretamente ao ISS, o que acelera a projeção de receita e permite ao município monitorar o fluxo de caixa antes do evento.
Comentários
Michele Hungria
Embora a prefeitura celebre a arrecadação estimada, a análise revela que os números apresentados carecem de transparência metodológica. O cálculo do ISS parece inflacionado, desconsiderando possíveis devoluções e descontos fiscais. Assim, a suposta bonança de um milhão de reais pode ser, no mínimo, uma projeção otimista demais.
Priscila Araujo
Entendo a frustração com a falta de clareza, mas ainda assim é importante reconhecer o esforço da administração em gerar recursos para a cidade. A iniciativa pode trazer benefícios indiretos, como maior visibilidade e dinamismo econômico.
Glauce Rodriguez
É inadmissível que críticos externos minimizem o impacto positivo deste evento para Cuiabá. A capital mato‑grossense demonstra, mais uma vez, que está apta a sediar grandes turnês internacionais, reforçando seu papel no cenário cultural nacional.
Ana Carolina Oliveira
E aí, galera! Vamos aproveitar essa energia e transformar o show em um marco de desenvolvimento pra nossa cidade. Cada ingresso vendido é um passo à frente para mostrar que Cuiabá pode brilhar no mapa dos grandes eventos.
Bianca Alves
Observa‑se que a projeção de receitas ignora nuances essenciais da economia de escala, evidenciando uma visão simplista dos fluxos de caixa. 📊🚀
Marcos Stedile
Mas será que a prefeitura não está escondendo algo? Alguns números simplesmente não batem... tem muito mais por trás desses R$ 1 mi do que eles querem nos fazer acreditar!!!
Luciana Barros
Apesar da empolgação geral, questiono como será distribuído o excedente arrecadado entre os diferentes setores da administração municipal.
Mariana Jatahy
Na verdade, a maior parte desses recursos tende a ser absorvida pelos custos operacionais do evento, deixando pouca margem para projetos futuros. 🤔💰
Camila A. S. Vargas
Mesmo considerando os custos subjacentes, a perspectiva de reinvestir parte dos tributos em festivais locais traz esperança de revitalização cultural duradoura para a região.
Priscila Galles
Pra quem quiser acompanhar, as vendas de ingressos já abriram e o site tá a disposição. Só não esquece de checar se tá tudo certinho antes de fechar a compra, beleza?
Daniel Oliveira
Primeiramente, é imprescindível analisar o impacto econômico de forma holística, contemplando não apenas os tributos diretos sobre a bilheteria, mas também os efeitos multiplicadores sobre setores auxiliares.
Em segundo lugar, a projeção de R$ 1 milhão parece otimista sem levar em conta potenciais variações de consumo pós‑evento, como retorno de turistas que podem prolongar sua estadia na cidade.
Ademais, a infraestrutura da Arena Pantanal, ainda em fase de ajustes, pode gerar custos inesperados que reduziriam a margem líquida de arrecadação.
Não podemos ignorar ainda o fato de que a segurança pública exigirá investimentos adicionais, sobretudo devido ao histórico de ocorrências em grandes aglomerações.
Por outro lado, o aumento na ocupação hoteleira pode gerar um efeito cascata positivo, estimulando o comércio local e gerando empregos temporários.
Contudo, a pauta da sustentabilidade financeira deve permanecer no centro das discussões, visto que muitos eventos anteriores no país mostraram que a promessa de “presente” para os cofres públicos muitas vezes se traduz em déficits ocultos.
Ainda, a proposta de criar um fundo permanente para eventos culturais é louvável, mas sua efetividade dependerá de uma gestão transparente e livre de interferências políticas.
Não basta apenas captar recursos; é essencial garantir que a alocação siga critérios de impacto social e cultural comprovado.
As autoridades municipais precisam, portanto, estabelecer mecanismos de auditoria robustos para monitorar a aplicação dos tributos arrecadados.
Além disso, a participação da comunidade local na definição de prioridades pode fortalecer a legitimidade das decisões.
Em síntese, o show do Guns N’ Roses apresenta um potencial de dinamização econômica, porém o sucesso real dependerá da capacidade da gestão pública em equilibrar receitas e despesas de forma responsável.
Caso o município consiga reinvestir parte desses recursos em iniciativas artísticas locais, poderá criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento cultural.
Isso poderia atrair novos eventos e, consequentemente, ampliar a base tributária futura.
Por conseguinte, a estratégia de alavancar um único grande concerto como motor econômico deve ser vista como parte de um plano mais amplo e sustentável.
Se a população perceber benefícios tangíveis, a confiança nas políticas públicas tende a crescer.
Por fim, a transparência nos números apresentados será crucial para validar os resultados esperados e evitar desconfianças.
Bruna costa
Concordo plenamente, a transparência será o verdadeiro teste desse projeto.
Carlos Eduardo
O relato dos números pode soar impressionante, porém sinto que ainda falta uma dose de realismo ao abordar os desafios logísticos que se avizinham.
EVLYN OLIVIA
Claro, porque toda vez que a prefeitura fala de “fundo permanente” o que realmente acontece é o desvio de verbas para projetos obscuros que ninguém vê.