Quando László Krasznahorkai, romancista e roteirista húngaro recebeu o Prêmio Nobel de Literatura 2025Estocolmo, a notícia se espalhou como fogo em biblioteca. A Academia Sueca anunciou a decisão em uma coletiva de imprensa na Sede da Academia, no coração da capital sueca, na manhã de 9 de outubro de 2025. O motivo? “por sua obra contundente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”, leu‑se na citação oficial.
A história recente da literatura da Hungria tem dois nomes que brilham nos anais do Nobel: Imre Kertész, laureado em 2002, e agora Krasznahorkai. Ambos nasceram em períodos de grande turbulência – Kertész durante o regime comunista e Krasznahorkai na década de 1950, ainda marcada pela repressão pós‑rebelião húngara. Esse pano de fundo alimenta o tom sombrio e reflexivo presente nas obras que, década a década, foram traduzidas para mais de 30 idiomas.
Budapeste, capital cultural da Hungria, viu suas livrarias se encherem de primeiras edições de "Satantango" (1985), o romance que colocou Krasznahorkai no mapa mundial. A cidade ainda celebra o autor com uma placa em frente à sua antiga residência, porém, até o momento, nenhum comunicado oficial de autoridades locais foi divulgado.
A conferência de imprensa durou 16 minutos e 20 segundos, exatamente o tempo registrado na transmissão ao vivo pelo site nobelprize.org. O Secretário Permanente da Academia Sueca, que conduziu o evento, destacou a “capacidade única de Krasznahorkai de transformar o caos contemporâneo em literatura de alta forma”.
Logo depois, o canal oficial do Nobel no YouTube publicou o vídeo "Announcement of the 2025 Nobel Prize in Literature", que já acumula dezenas de milhares de visualizações. Na sequência, o laureado concedeu uma entrevista de 7 minutos e 58 segundos, também no mesmo canal, onde declarou: “Estou muito orgulhoso de estar na fila de grandes escritores e poetas. A amargura é um motor importante para mim”.
O anúncio gerou cobertura imediata nos principais jornais europeus. Em Lisboa, o "Diário de Notícias" escreveu que a escolha reforça “a tendência de premiar autores cujas narrativas confrontam o pessimismo da era pós‑digital”. Em Budapeste, a Associação Húngara de Escritores emitiu um comunicado celebrando “um marco histórico que eleva a literatura húngara a novos patamares”.
Entretanto, alguns críticos questionaram a escolha, apontando que a obra de Krasznahorkai, embora reverenciada, permanece inacessível para o grande público por causa das frases extensas que podem ultrapassar dez linhas numa única página. O escritor Jorge Luis Borges, citado postumamente por Krasznahorkai, foi mencionado como inspiração nas discussões acadêmicas.
O estilo de Krasznahorkai é marcado por sentenças que serpenteiam como rios em plena primavera, carregando reflexões filosóficas sobre a condição humana. "War and War" (1999) e "Seiobo There Below" (2008) exemplificam essa técnica, tendo ganho o Best Translated Book Award nos Estados Unidos. Sua colaboração com o cineasta Béla Tarr, especialmente na adaptação de "Melancolia da Resistência" para o filme "Werckmeister Harmonies", ampliou ainda mais seu alcance internacional.
Especialistas em literatura comparada apontam que a “visão apocalíptica” de Krasznahorkai se alinha com a corrente existencialista europeia pós‑Segunda Guerra, mas com um toque contemporâneo que dialoga com as crises climáticas e tecnológicas atuais. Essa abordagem foi exatamente o que, segundo a Academia Sueca, justificou a premiação.
O laureado será recebeu a medalha do Nobel e o diploma durante a cerimônia oficial que ocorrerá em dezembro de 2025, ainda em Estocolmo. Embora a data exata não tenha sido divulgada, a tradição estabelece que o evento acontece no dia 10 de dezembro, coincidente com o aniversário de Alfred Nobel.
Para os leitores, Krasznahorkai já avisou que "sem fantasia, a vida seria absolutamente diferente". A mensagem ressoa em tempos de incerteza, sugerindo que a literatura ainda pode ser um farol de resistência. Espera‑se que as editoras publiquem novas traduções de seus trabalhos, sobretudo para o mercado brasileiro, onde a editora Companhia das Letras já anunciou uma edição comemorativa de "Satantango".
O reconhecimento coloca a Hungria em destaque no cenário cultural global, reforçando o legado de autores como Imre Kertész e atraindo investimentos em traduções e eventos literários. Também estimula novos escritores a buscar visibilidade internacional.
Ele usa frases extremamente longas e uma linguagem quase poética, que lembra procedimentos meditativos. Enquanto muitos laureados privilegiam narrativas mais diretas, Krasznahorkai mergulha o leitor em fluxos de consciência que exigem atenção prolongada.
A cerimônia oficial ocorrerá em Estocolmo, Suécia, em dezembro de 2025, provavelmente no dia 10, data tradicional da entrega das premiações Nobel.
A comunidade literária de Budapeste celebrou com eventos nas livrarias e mensagens de apoio de instituições culturais; porém, ainda não há declarações oficiais do governo húngaro.
A Academia elogiou a capacidade de Krasznahorkai de reafirmar, mesmo em meio ao terror apocalíptico, o poder da arte como força vital para a humanidade.
Comentários
Raif Arantes
É óbvio que o Nobel foi manipulado pelos círculos ocultos da Academia, que buscam normalizar o caos através de um escritor cuja obra é um código criptografado da era pós‑digital, repleto de metalinguagem e semioticamente carregada. O véu de legitimidade que eles projetam esconde uma agenda de controle narrativo, alimentada por interesses geopolíticos e financeiros. Quando dizem que a “amargura é um motor”, na verdade estão glorificando a resignação como ferramenta de submissão em massa. A imprensa, cúmplice, repete a mesma mensagem em loop, reforçando a ilusão de meritocracia. Não se enganem, a escolha de Krasznahorkai serve a um propósito mais sinistro: validar uma estética de desespero que desestabiliza a esperança coletiva, enquanto os verdadeiros poderosos permanecem invisíveis.
Sandra Regina Alves Teixeira
Calma, pessoal. Cada vitória literária amplia o espaço de diálogo cultural e abre portas para vozes diversas. O fato de um húngaro ser reconhecido reforça a ideia de que a literatura transcende fronteiras e nos aproxima. Parabéns ao Krasznahorki e à comunidade que o apoia, que isso inspire mais leituras e trocas construtivas.
Davi Gomes
Que notícia incrível! O Nobel para um autor tão singular mostra que a arte pode brilhar mesmo nos tempos mais turbulentos. Vamos celebrar essa conquista e espalhar a obra dele por aí, quem sabe mais gente se apaixone por essas narrativas profundas.
Luana Pereira
A escolha não está isenta de críticas. Embora a qualidade seja indiscutível, a obscuridade excessiva pode afastar o grande público. É preciso equilibrar genialidade com acessibilidade para que o legado realmente alcance todos.