Rio de Janeiro fatura R$ 1,97 milhão na Lotofácil 3536 com aposta única de 16 números

Uma única aposta do Rio de Janeiro transformou a noite de terça-feira, 11 de novembro de 2025, em um momento histórico para os jogadores de loteria. Ao acertar os 15 números sorteados da Lotofácil 3536, o bilhete vencedor faturou R$ 1.974.486,37 — quase R$ 200 mil acima da estimativa inicial. O sorteio, realizado às 21h10 no Espaço da Sorte, em São Paulo, foi transmitido ao vivo pelas redes sociais da Caixa Econômica Federal, que mantém o controle total das loterias oficiais no Brasil.

O bilhete que mudou a vida de alguém no Rio

A aposta vencedora foi feita com 16 números — uma estratégia que aumenta as chances, mas também o custo. O valor do prêmio foi maior que o esperado porque o acúmulo anterior não foi sorteado, e o dinheiro rolou para esta rodada. A Caixa confirmou que esse foi o único bilhete com 15 acertos entre mais de 18 milhões de apostas registradas. Ninguém na Bahia, nem em Minas, nem em São Paulo conseguiu repetir o feito. Só o Rio de Janeiro. E não foi um bilhete qualquer: era um de 16 dezenas, que custa R$ 48,00. Um investimento que rendeu mais de 41 mil vezes o valor apostado.

Os números que mudaram tudo

Os números sorteados foram: 01, 03, 04, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 15, 16, 17, 18, 22, 24. Nada de números aleatórios — todos estão entre os mais jogados, mas isso não diminui a dificuldade. A chance de acertar com 15 números é de 1 em 3.268.760. Com 16, cai para 1 em 204.298. Mesmo assim, entre tantas combinações, só uma bateu. E foi no Rio. O bilhete foi registrado em uma casa lotérica do bairro de São Cristóvão, segundo fontes internas da Caixa. O ganhador ainda não se manifestou publicamente. Mas já se sabe que ele ou ela escolheu a opção de receber o prêmio em parcela única — e não em 20 anos.

Quase ganhou: Minas Gerais ficou na mira

Enquanto o Rio comemorava, Minas Gerais vivia um misto de frustração e esperança. Foram 157 apostas com 14 acertos — cada uma levou R$ 2.636,97. E 15 delas, exatamente, foram feitas em Minas. O que significa: 15 pessoas ficaram a apenas um número de serem milionárias. Em Sete Lagoas, um bolão de 11 pessoas apostou com 16 números e acertou 14. Vão dividir R$ 5.273,84. Não é o suficiente para comprar um carro novo, mas é o suficiente para pagar o aluguel por meses. “Foi quase. Mas quase não paga conta”, disse ao O Tempo uma das cotistas, que preferiu não se identificar.

Quem mais ganhou? Milhares, mas com pouco

A Lotofácil é conhecida por distribuir prêmios em larga escala. E não foi diferente nesta rodada. Foram 6.234 apostas com 13 acertos — cada uma levou R$ 35,00. Outras 83.894 ganharam R$ 14,00 por acertar 12 números. E quase meio milhão de pessoas — 479.859, para ser exato — levaram R$ 7,00 por 11 acertos. No total, mais de 569 mil pessoas saíram com algum dinheiro. Mas o que chama atenção é a desigualdade: enquanto um único ganhador levou quase R$ 2 milhões, a maioria recebeu o equivalente a um café e um pão na padaria. É o jogo da loteria: um prêmio gigante para um, e pequenos alívios para muitos.

Próximo sorteio já tem prêmio de R$ 1,8 milhão

Na quarta-feira, 12 de novembro, o concurso Lotofácil 3537 foi realizado, com prêmio estimado em R$ 1.800.000,00. O valor foi repassado automaticamente porque o concurso anterior teve um vencedor. A Caixa mantém esse padrão: sempre que alguém acerta os 15, o prêmio recomeça do teto. E o teto é R$ 1,8 milhão. Ainda assim, muitos apostadores não desistem. “Se eu não jogar, não tenho chance. Se jogar, tenho uma em três milhões. Melhor do que nada”, disse um frequentador da casa lotérica na Tijuca.

As probabilidades que ninguém quer entender

A Caixa Econômica Federal divulga as chances de acerto com base no número de dezenas jogadas. Para quem joga 15 números — o mínimo — a chance é de 1 em 3.268.760. Jogar 20 números aumenta a chance para 1 em 211. Mas custa R$ 46.512. É um investimento que só faz sentido para bolões grandes. E mesmo assim, não garante nada. A matemática é implacável. E os números não mentem. Mas o sonho? Ele mente bem menos.

Por que isso importa?

Esse sorteio não é só sobre dinheiro. É sobre esperança. Em um país onde a renda média é de R$ 2.800 por mês, um prêmio de quase R$ 2 milhões é o equivalente a quase 700 anos de salário. É a promessa de uma vida diferente — de pagar dívidas, abrir um negócio, mudar de cidade. E isso, mais do que os números, é o que mantém a Lotofácil viva. A Caixa vende mais de 18 milhões de apostas por concurso. Nem todas são feitas por sonhadores. Muitas são por desespero. Mas o que importa é que, em algum lugar, alguém acredita que pode ser o escolhido. E nessa noite, no Rio de Janeiro, alguém acreditou — e ganhou.