O Botafogo não para de surpreender no Brasileirão. Na noite de 26 de abril de 2025, o Nilton Santos foi palco de um clássico que reforçou a hegemonia alvinegra sobre o Fluminense, com uma vitória convincente por 2 a 0, diante de uma torcida animada que vibrou do início ao fim. Já são oito vitórias seguidas do Botafogo sobre o rival em clássicos, um feito raro nesta rivalidade tão equilibrada no futebol carioca.
A partida começou movimentada, mas logo se viu um Botafogo dono do jogo. A equipe de Renato Paiva apostou em uma formação sólida, priorizando a marcação eficiente e as jogadas rápidas pelos lados. O Fluminense, por sua vez, com Mano Menezes ainda buscando encaixar seu estilo, se mostrou vulnerável desde cedo, especialmente nos lances de bola parada e nas recomposições.
O gol de Vitinho, aos 35 minutos do primeiro tempo, foi fruto do bom posicionamento do lateral, que aproveitou uma falha coletiva da defesa tricolor para abrir o placar. O time do Fluminense parecia perdido, errando passes simples e abusando das faltas, o que aumentou o nervosismo dos atletas em campo e nas arquibancadas. E, mesmo com Mano tentando mexer na estrutura do time com substituições, a equipe não produziu o necessário para reagir.
O segundo tempo trouxe poucas mudanças de cenário. O Botafogo seguiu na mesma pegada: compacto, sem se precipitar e apostando em transições rápidas. O Fluminense, apesar das tentativas de pressão, ficou refém de sua própria desorganização. Quem aproveitou foi Savarino, que, logo aos três minutos após o intervalo (48’ do tempo corrido), concluiu com precisão uma jogada de contra-ataque e ampliou a vantagem.
Se a posse de bola ficou mais tempo com o tricolor, as chances claras foram sempre do Botafogo, que controlou o ritmo. Do lado do Fluminense, as substituições de Bernal, Martinelli e Ganso por jogadores de maior movimentação, como Nonato, Paulo Baya e Lima, não surtiram efeito imediato. Cano, referência no ataque, pouco tocou na bola e viu a zaga alvinegra, comandada por Barboza, anular suas tentativas.
O árbitro Bruno Arleu de Araújo precisou controlar os ânimos, distribuindo cartões amarelos para os dois lados. Do Botafogo, Barboza, Cuiabano e Savarino foram advertidos. Pelo Fluminense, Bernal, Freytes, Ganso e Arias receberam cartão amarelo, reflexo do descontrole emocional do time das Laranjeiras diante de um adversário coeso.
Com esse triunfo, o Botafogo não só afasta fantasmas de instabilidades recentes no clube, mas também embala no Campeonato Brasileiro, se firmando entre os concorrentes diretos ao topo da tabela, mesmo ainda no início do torneio. Já o Fluminense, com sua primeira derrota sob o comando de Mano Menezes, sai pressionado, principalmente pela dificuldade em criar chances reais e pelas falhas em lances de bola parada, um problema recorrente desde o início da temporada.
Na saída de campo, o discurso do elenco alvinegro era de foco e humildade. Para o lado tricolor, sobraram questionamentos: será que Mano conseguirá dar um padrão de jogo competitivo à equipe já nas próximas rodadas? É fato que, para encarar os desafios do Brasileirão, o time vai precisar evoluir — e rápido.