O mundo do futebol foi abalado na última segunda-feira quando Sergio Busquets revelou que pendurará as chuteiras ao final da temporada 2025 da MLS. O anúncio, feito oficialmente pelo Inter Miami CF, deixa claro que o último jogo do espanhol será nas partidas decisivas dos playoffs, encerrando uma trajetória de 17 anos no futebol profissional.
Para quem acompanhou a evolução do garoto nas categorias de base do Barcelona, a notícia parece inevitável, mas ainda assim traz um sentimento de perda. Busquets estreou no time adulto em 2008 e, ao longo de 18 temporadas, acumulou mais de 700 partidas, 9 títulos da LaLiga, 3 Champions League e 7 Copas do Rei. Seu papel como “cérebro” do meio‑campo era silencioso, porém decisivo: interceptava, distribuía passes curtos e mantinha a equipe equilibrada tanto na defesa quanto na criação.
Fora dos gramados, o jogador se tornou referência de profissionalismo. Conhecido por sua postura humilde, raramente aparecia nas manchetes, mas dentro de campo era reverenciado pelos treinadores. Pep Guardiola, quem o comandou tanto no Barcelona quanto na seleção espanhola, chegou a dizer que Busquets era o “elo invisível que mantinha o time unido”.
O capítulo espanhol chegou ao fim em 2023. Ao deixar o Barça, Busquets embarcou rumo à MLS, assinando com o Inter Miami CF, clube fundado por David Beckham. A mudança representou não só um desafio esportivo, mas também a oportunidade de levar sua experiência a um mercado ainda em desenvolvimento. Desde então, o espanhol ajudou a equipe a conquistar a Supporters' Shield e a Leagues Cup, além de ser peça fundamental na formação de jovens talentos americanos.
Com a decisão oficial, os parceiros de equipe e antigos rivais não tardaram a manifestar seu respeito. Lionel Messi, que dividiu a história com Busquets no Barcelona, escreveu nas redes sociais que foi um “privilegio jogar ao seu lado”. A mensagem trouxe à tona a química única que eles construíram, partida que se refletiu em inúmeras conquistas coletivas.
Sergio Ramos, ex‑companheiro de seleção espanhola e agora atuando no Monterrey, destacou em sua homenagem que Busquets era “um dos meio‑campos mais brilhantes que já vi”. O ex‑capitão ressaltou a combinação de classe, visão e humildade, salientando que o espanhol sempre se manteve “um cara comum” apesar das glórias.
Do outro lado do Atlântico, o FC Barcelona publicou um texto breve porém emotivo, chamando o espanhol de “lenda do clube”. A publicação agradeceu pelos mais de 700 jogos e pelos títulos que ajudaram a consolidar a era dourada do clube catalão.
Quanto ao futuro, os rumores indicam que Busquetas pretende permanecer ligado ao futebol, possivelmente como diretor técnico, comentarista ou mentor de jovens jogadores. Até o momento, ele não confirmou nenhum projeto concreto, mas fontes próximas afirmam que seu nome já aparece em discussões na diretoria do Inter Miami para papéis que possam aproveitar sua visão tática.
Nas próximas semanas, a cidade de Miami se prepara para oferecer ao jogador uma despedida à altura. Torcedores já organizaram eventos nas ruas, e o clube prometeu que a última partida será um espetáculo, com homenagens especiais e a presença de ex‑companheiros da seleção e do Barcelona.
O que fica claro é que o legado de Busquets vai muito além dos números. Ele redefiniu o papel do volante defensivo, mostrando que a elegância e a inteligência podem ser tão ofensivas quanto a força física. Seu nome continuará nas conversas de quem busca entender como um jogador pode ser decisivo sem nunca roubar a cena.