O Guarani Futebol Clube enfrenta um de seus momentos mais desafiadores após ter sido oficialmente rebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro. Este rebaixamento ocorre após um empate sem gols contra o Amazonas, em um jogo que selou o destino do clube na 36ª rodada da Série B de 2024. A trajetória na competição foi marcada por uma sequência de desempenhos insatisfatórios que culminaram no décimo rebaixamento do clube no século XXI e o décimo primeiro em toda a sua história. Desde o último rebaixamento no Paulistão de 2013, a equipe passou por momentos difíceis, mas sempre conseguiu se manter fora da zona de descenso no cenário nacional, até agora.
Desde 2017, quando voltou à Série B, o Guarani sempre enfrentou dificuldades. Seus melhores resultados foram um sexto lugar com 60 pontos em 2021 e um sétimo lugar em 2023, com 57 pontos. No entanto, a temporada de 2024 mostrou-se especialmente complicada, com o clube lutando para evitar o rebaixamento desde o início. Fatores como problemas administrativos, mudanças frequentes no departamento de futebol, trocas de comissão técnica e contratações questionáveis abalavam a estabilidade necessária para um bom desempenho esportivo. Esse conjunto de desafios internos e externos fez com que o clube jamais saísse da zona de rebaixamento durante a competição deste ano.
A batalha do Guarani para permanecer na Série B foi visivelmente árdua. Durante todo o campeonato, a equipe não conseguiu estabelecer uma sequência de vitórias que lhe desse segurança na tabela. Consequentemente, estagnado na zona de descenso, o clube acabou registrando uma das piores performances de sua história sob o sistema de pontos corridos, ao não superar a marca dos 41 pontos, atingida em ocasiões anteriores, como 2006 e 2012. A sensação na equipe e entre os torcedores era de frustração, dada a expectativa que se tinha no começo da campanha. As dificuldades não eram apenas técnicas, mas também administrativas, destacando a necessidade de uma reformulação urgente para as próximas temporadas.
O rebaixamento significa que o Guarani voltará a competir na Série C, sete anos após sua última passagem, quando alcançou o vice-campeonato sob a gestão de Marcelo Chamusca, tendo como destaque o jogador Fumagalli. Naquela ocasião, o Guarani liderou a primeira fase e protagonizou viradas históricas nos mata-matas. Embora o cenário agora seja mais crítico, há um ponto de esperança ao se relembrar as lições e conquistas daquele período. A retomada nesta nova realidade da terceira divisão exigirá planejamento estratégico e resiliência do clube e de sua direção. Será crucial que o Guarani reconstrua sua estrutura administrativa e técnica, analisando cuidadosa e profundamente as decisões tomadas neste ciclo que culminou em mais um rebaixamento.
Com a confirmação do descenso, o Guarani ainda enfrenta dois desafios nesta temporada atrasada. Primeiro, um encontro com o Brusque, também rebaixado, em Santa Catarina. Depois, encerra sua passagem pela Série B em um duelo contra o Ceará no Estádio Brinco de Ouro. Apesar da situação delicada, esses jogos oferecem uma oportunidade para uma avaliação mais profunda da atual estratégia e, quem sabe, para começar a plantar as sementes de uma recuperação futura. A gestão do clube deve estar ciente da necessidade de estratégias claras e ações efetivas para não apenas retornar à Série B, mas também para garantir uma performance mais sólida e consistente em futuras competições, fortalecendo assim a marca e tradição do Guarani.